SERMÃO DE DOMINGO: O ANTICRISTO DOMINARÁ O TEMPLO - São Cirilo de Jerusalém

 

O anticristo dominará sobre o Templo
E diz também: «O Adversário, que se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de sentar-se ele mesmo no Santuário de Deus» (2Ts 2,4; cf. Dn 11,36 e Ap 13,1-8). Mas de que templo se trata, já que o templo dos judeus foi destruído? Certamente não é este templo em que estamos! Por que dizemos tudo isso? Não porque encontremos alguma complacência em nós mesmos. Mas se ele (o Anticristo) deve vir aos judeus como se fosse o Messias, e deseja ser adorado por eles para enganá-los ainda mais, mostrará grande interesse pelo templo. Fará parecer que é descendente de Davi, aquele que preparou o templo que Salomão edificou.

Mas então virá o Anticristo, e no templo dos judeus não ficará pedra sobre pedra, como anunciou o Salvador (Mt 24,2), quando essas pedras tiverem caído por velhice, ou forem derrubadas sob o pretexto de novas construções, ou forem removidas por qualquer outro motivo — e não falo das pedras externas, mas das da câmara interior, onde estavam os querubins. Então virá aquele «com todos os sinais e prodígios da mentira». Ele se levantará contra todos os ídolos e, no início, simulará humanidade, mas depois mostrará sua ferocidade, especialmente contra os santos de Deus. Pois está escrito: «Eu contemplava como este chifre fazia guerra contra os santos» (Dn 7,21). E também: «Será um tempo de angústia como nunca houve desde que existem nações» (Dn 12,1). Ele é uma besta terrível, um grande dragão, invencível aos olhos dos homens, pronto a devorá-los. Muito mais se pode dizer sobre ele com base nas Escrituras, mas, por ora, basta o que foi dito. 

A perseguição terá duração e limite
Por isso, conhecendo o Senhor a força desse adversário, deu permissão aos piedosos com estas palavras: «Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes» (Mt 24,16). Mas se alguém se crê forte o suficiente para lutar contra Satanás, permaneça firme (pois não desespero da força da Igreja) e diga: «Quem nos separará do amor de Cristo?...» (Rm 8,35ss). Mas nós, os temerosos, busquemos abrigo seguro e, com confiança, preparemo-nos para a luta.

«Porque haverá então uma grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá» (Mt 24,21; cf. Dn 12,1). Mas graças sejam dadas a Deus, que reduziu os dias dessa aflição. De fato, está escrito: «Por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados» (Mt 24,22). Nesse ínterim, o Anticristo reinará por três anos e meio. E isso não o dizemos com base em apócrifos, mas no profeta Daniel, que afirma: «E os santos serão entregues em suas mãos por um tempo, dois tempos e metade de um tempo» (Dn 7,25; Ap 12,14).

Um “tempo” é um ano, quando sua vinda se aproximará visivelmente. “Tempos” são os dois anos seguintes de impiedade. Todos juntos são três anos, e a “metade de um tempo” são seis meses. Daniel também diz isso em outro lugar: «Ouvi o homem jurar... por Aquele que vive eternamente: será por um tempo, tempos e metade de um tempo» (Dn 12,7). Talvez alguns também interpretem nesse sentido o que se segue: «Mil duzentos e noventa dias». E também: «Bem-aventurado o que espera e atinge mil trezentos e trinta e cinco dias» (Dn 12,11-12). Por isso, convém esconder-se e fugir, pois talvez não concluamos de visitar todas as cidades de Israel antes que venha o Filho do Homem (cf. Mt 10,23). 

Deus permitirá a perseguição final
Quem será bem-aventurado ao sofrer então piedosamente o martírio por Cristo? Eu diria que os mártires dessa época superarão todos os outros mártires. Porque os mártires das épocas passadas lutaram apenas contra homens. Mas os que viverem na época do Anticristo lutarão contra o próprio Satanás em pessoa.

Os reis perseguidores de outrora levavam à morte, mas não simulavam ressuscitar mortos, nem exibiam sinais e prodígios falsos. Mas este (o Anticristo) provocará ao mesmo tempo o terror e o engano, «a ponto de enganar, se possível, até os eleitos» (Mt 24,24).

Que ninguém, naqueles dias, pense assim: “Será que Cristo fez algo maior do que esse homem? Com que poder ele realiza essas coisas?” Certamente, se Deus não quisesse, ele não permitiria. O Apóstolo nos adverte: «Por isso, Deus lhes envia um poder sedutor, para que acreditem na mentira» (2Ts 2,11) — note-se que está “envia” e não “permite” —, não para que tenham desculpas, mas «para que todos sejam condenados» (2,12).

Como isso acontece? «Todos os que não creram na verdade», ou seja, no verdadeiro Cristo, mas «se comprazem na iniquidade», isto é, no Anticristo.

Contudo, Deus permite essas coisas, tanto nas perseguições ao longo da história quanto naquela que virá. E não é porque não possa impedi-las, mas porque deseja — como sempre fez — coroar, por meio do sofrimento, os seus combatentes, assim como fez com os profetas e apóstolos.

Desse modo, após um breve esforço, herdarão eternamente o Reino dos Céus. Como diz Daniel: «Naquele tempo será salvo o teu povo, todos os que se encontrarem inscritos no Livro» (Dn 12,1). Está claro que se refere ao Livro da Vida. «Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, outros para a vergonha e horror eterno. Os sábios resplandecerão como o brilho do firmamento, e os que ensinaram a justiça à multidão brilharão como as estrelas, por toda a eternidade» (Dn 12,2-3).

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